Aniversário do Heitor

Qual é o recorte que seus você faz da realidade que vive? Como trabalham, estando alinhados, seus sentidos todos, especialmente seus olhos? Para onde se movem, o que captam? O que sua percepção torna quente em seu peito? Sua mente persegue quadros específicos? Encaixa elementos na cena?

Há muito tempo enxergo assim. Não sei dizer desde quando. Mas sei que a fotografia veio ao encontro disso e se faz uma forma de quase apalpar o mundo. De buscar compreendê-lo, ler nas entrelinhas, adentrar o universo do outro.

Esses recortes que eu te mostro são de um aniversário do Heitor, uma criança em plena atividade, com sua tribo, sendo quem é. Sim, claro que fotografo também as cenas que atendam ao desejo da família, mas além delas, existem essas possibilidades de mostrar o meu olhar. E é justamente ele que me permite exercer a Ciça que sou, em toda a amplitude que isso implica.

Por isso amo trabalhar em liberdade (sabendo, sim, de minhas responsabilidades em relação às expectativas de quem me convida para um job). Sem amarras, é possível criar. E amar. Amar a liberdade. Amar a criação e a experimentação. Aprender com tudo isso.

Não há dúvidas de que o fotojornalismo é meu amigo.