Ensaios
Cerrado Mineiro
Meus 40 anos - Revelando a Loba que sempre fui
No dia 28 de abril, eu fiz 40 anos. Não pensei que fosse tão marcante e especial. Ter sido fotografada pela minha mana Nana, no domingo anterior ao meu dia, de um jeito leve, solto e bonito, me fez perceber algumas coisas importantes neste marco.
Pude me enxergar inteira e original, segura, desapegada do que não importa. (Original é palavra que estreia em meu vocabulário de virtudes reconhecidas por mim mesma.)
Prezo e priorizo a luz mas também as sombras (e mais do que nunca quero vê-las dentro de mim, entendê-las, acalentá-las. Amo o movimento, o silêncio. Conecto-me com o que é vivo e aconchegante. Desejo o mistério, além das respostas.
Admiro as formas, mas me curvo diante do que é invisível.
Abro-me ao que o universo me entrega, integro-me à natureza, sou ela mesma.
Aceito, acolho e amo cada marca em meu rosto, cada fio de cabelo que se metamorfoseia, cada aspecto que permanece, que se altera, que adormece, que se anima.
Mais do que nunca, desperto todos os meus sentidos para a Mulher Selvagem que habita em mim.
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Nesta experiência fotográfica, não haveria melhor pessoa e lugar ideal que não fossem minha mana e o cerrado onde mora meu alicerce, onde me abasteço de amor. Minha mana não é fotógrafa, mas lida com a arte e o design e tem toda a sensibilidade e poesia dentro de si. Orientei-a muito pouco, deixei-a livre e trabalhei minimamente nas imagens resultantes da minha curadoria, o "óleo essencial".
Quero dividir com vocês o resultado dessa linguagem que é tão própria, pessoalmente e fotograficamente.