Retrato corporativo

Dores do Indaiá - MG

Cerâmica Cerradão

A cerâmica é muito mais do que uma técnica, uma ferramenta criada para solucionar problemas. É, também, uma expressão do ser, uma forma concreta e palpável do que se sente, do que se pretende talvez.

Para minha xará Cecília, a cerâmica salva, pois é âncora e, ao mesmo tempo, vela ao vento, para navegar solta.

É pé na terra - o barro do cerrado, da qual é apaixonadamente feita - e também brisa e sol na cagaiteira. A cerâmica é utensílio, é arte, é adorno, é capricho, é criação, como um filhote, uma cria, uma criatura.

Este foi um projeto muito especial que fotografei, para que o ofício de Cecília fosse abordado numa matéria para o caderno Bem Viver do jornal mineiro Estado de Minas. Senti-me lisonjeada com a missão, e ainda fui modelo por alguns minutos das peças para usar no colo e nas orelhas. Cerâmica como enfeite.

Nada mais natural e belo e bom do que pisar na fazenda Cerradão, que dá nome ao negócio afetuoso. Ali a gente é só poros e sentidos abertos pra receber a natureza que é tão humildemente deslumbrante.

Tipo de trabalho que não deveria se chamar trabalho. É deleite, ou como diz a própria Cecília, é "deslumbre".