Aniversário Infantil
Dores do Indaiá - MG
Maria Alice | 1 aninho
A vida é uma caixinha de surpresas. Não temos controle sobre absolutamente nada.
Penso eu, daqui do meu lugar de alguns privilégios, que temos a chance, alguma chance, de fazermos escolhas (pequenas e grandes). Parece fácil, assim, só de falar. Mas fazer escolhas e assumi-las é para os fortes e corajosos. Em outras palavras, é para quem tem fé e para quem enxerga, percebe e age além, muito além do que aquilo que se vê ou se pode compreender de imediato. O amor é também uma escolha. O amor de verdade a que me refiro. E ouso dizer que o amor que se tem por um filho, uma filha, é, sim, incondicional. É revolucionário. E vou dizer algo estranho... é também difícil. Porque o tempo todo tira a gente do eixo, de onde achávamos que nos encontrávamos. A gente se desfaz por eles. E depois se refaz. E se desfaz de novo... E segue assim...
Eu escrevo essas coisas com um pouco de insegurança porque sinto e sei que cada um sabe o que passa. Eu escrevo essas palavras buscando não querer ter nenhuma razão, nenhuma certeza.
A Maria Alice veio, aos poucos, desmontando toda a estrutura que havia até então, a sua espera. E, à medida que desmontava, como uma criança exploradora sem compromisso com os julgamentos alheios, montava, logo ao lado, uma nova estrutura. Uma NOVA estrutura. Diferente.
Chega à minha mente a imagem de pequenos e coloridos bloquinhos de madeira, leves e perfeitamente formatados. E que podem ser remontados, formando um novo desenho, um novo castelo, um novo curral, uma nova casinha. Tudo sendo reconstruído. Esses tijolinhos, que cada hora são uma coisa, são feitos de amor puro. São tocados por amor puro. São tratados com delicadeza, com ternura. São bem cuidados. Sua devida importância lhe é dada por aqueles que os tocam, os apreciam. Sua diversidade é respeitada, é aceita, é querida. O amor é a matéria de tudo o que há. E eu continuo acreditando que é uma escolha, é um caminho que seguimos sabendo disso.
Não sei se compreendem minha metáfora... Mas é tudo isso o que meu coração me diz e conta para os meus dedos que digitam.