Família

Dores do Indaiá - MG

A família do Miguel

Eu precisei de um pique extra pra fotografar o Miguel. E também de uma dose extra de sensibilidade. Enternecer o olhar, ainda mais, é uma dessas missões gostosas que a fotografia me oferece. E eu, de bom grado, aceito. Precisei também de total desapego e de critérios fotográficos bem específicos para chegar a esse resultado de curadoria que você vê aqui.

A Karine, mãe do Miguel, é um ser que se aproxima de anjo, mais do que de ser humano. Os olhos dela dizem muito, dizem muito mais do que a boca. E é preciso lê-la assim. Ou, pelo menos, recomendável.

Famílias são feitas de encontros e de desencontros, de vindas e despedidas, de deixar fluir. O que eu presenciei naquela tarde de domingo é claro que é muito particular, muito minha visão, coisa que a fotografia traz à tona, torna concreto. Se aquilo que eu percebo é o que família esperava ver, talvez eu nunca saiba de verdade. Pode ser que quem se permita fotografar se veja de outra forma, uma forma nova apenas, diferente da que se acostumou a ver. E se isso for estendido a um grupo e não se limitar a um indivíduo, mais rico é.

Assim eu entendo, agora, ao escrever, a experiência de fotografar o núcleo familiar em que o Miguel nasceu, de forma especial, seus pais.